sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Os cheiros do Natal

Não sei se gosto dos cheiros do Natal... Ou melhor, gosto e não gosto (antes os parodoxos que as indecisões!)
Gosto do cheiro a lareira e a fritos, acabados de passar por acúcar e canela; gosto de cheiro das castanhas num anoitecer muito frio; gosto de cheiro a pinheiro; gosto do cheiro a novo de muitas prendas (sobretudo se forem livros); gosto de cheiro a terra molhada (quando ao fim de três dias de clausura em família, finalmente saímos); gosto da alegria dos mais velhos e das crianças, com presentes de amor e atenção; assim, de repende, não me lembro de mais.
Não gosto da comezaina destes dias; detesto centros comerciais e grandes superfícies com muita iluminação e muita músiva alusiva; não gosto do cheiro do dinheiro (mesmo quando desaparece); não gosto do cheiro dos sem-abrigo (que nesta época servem para os com-abrigo aliviarem as dores da alma e comprarem o céu às prestações); não gosto de comprar por obrigação; não gosto de oferecer porque estamos na época; não gosto da hegemonia das «festas da família» ; e, bom, a lista continuaria se o tempo não faltasse.
Gosto do cheiro a chá quente, cheirado com a chávena entre as maõs. Todo o ano.

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